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Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção

Publicado: Quinta, 16 de Julho de 2015, 18h37

Fortaleza Nossa Senhora da Assunção

Todos os historiadores são unânimes em afirmar que Fortaleza teve início com a construção do FORTE SCHOONEMBORCH, assim denominado em homenagem ao Governador de Pernambuco e Presidente do Alto Conselho Administrativo da Holanda no Brasil.
Em 03 de abril de 1649, MATIAS BECK (holandês) aportou à enseada do MUCURIPE, com 3 iates e 2 barcos, transportando 298 homens. Daí passou a explorar a costa até a barra do rio Ceará, com o fim de escolher um local para construir um forte. A colina situada à margem esquerda do PAJEÚ e denominada MARUJAITIBA pelos indígenas foi o local escolhido.

Em 09 de abril, 40 soldados iniciaram a limpeza do terreno, a fim de ser feito o traçado do forte pelo engenheiro RICARDO CAAR.
No dia 22 estava concluída essa limpeza. Iniciou-se então a sua construção. Era pequeno e construído de madeira, estacas de carnaúba e terra. Tinha a forma pentagonal, cercado de parapeito e paliçada. Posteriormente, MATIAS BECK ampliou e reforçou as abras de defesa, de acordo com a planta feita pelo engenheiro CAAR. Essa ampliação foi iniciada em 19 de agosto de 1649.

De início foi armado com 11 peças de ferro e guarnecido com 40 homens. Em 1654, em consequência da derrota sofrida pelos holandeses na província de PERNAMBUCO, MATIAS BECK foi obrigado a entregar o FORTE aos PORTUGUESES, e o fez ao Capitão-Mor ÁLVARO DE AZEVEDO BARRETO, fato ocorrido em 20 de maio de 1654.
Ao receber o FORTE, o capitão ÁLVARO mudou-lhe o nome para FORTALEZA DE NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO. Ao redor da FORTALEZA, pobremente edificadas, erguiam-se choupana e palhoças, abrigos dos primeiros habitantes da cidade que nascia. Nessa época, ÁLVARO DE AZEVEDO BARRETO fez reparos no FORTE e deu início à construção de uma capela.

Em 1655, o Capitão ÁLVARO foi substituído no Comando do FORTE por DOMINGOS DE SÁ BARBOSA. Por Carta Régia de 27 de julho de 1656, foi autorizado a ANDRÉ VIDAL DE NEGREIROS, então Governador do Maranhão, ao qual estava subordinado o CEARÁ, construir um FORTE de pedra e cal, ou mesmo de madeira de lei. No momento, não foi executada a construção, continuando o antigo FORTE na mesma situação de ruínas. De 1654 a 1812, esse FORTE foi ora por outra reparado. Entretanto, não sendo conservado nesse ano de 1812, desmoronou-se.

Como homenagem à data de aniversário do sereníssimo Senhor Príncipe da Beira, o Senhor Dom PEDRO DE ALCÂNTARA, em 12 de outubro de 1812, o Governador da Capitania do CEARÁ-GRANDE, MANOEL INÁCIO DE SAMPAIO, lançou a pedra fundamental da FORTALEZA DE NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO, no mesmo local onde fora construído o antigo FORTE HOLANDÊS, denominado SCHOONEMBORCH, em 1649, então reduzido a uma Bateria em ruínas.

A sua planta foi organizada pelo Ten Cel de Engenharia ANTÔNIO JOSÉ DA SILVA PAULET, tendo o mesmo dirigido sua construção. A FORTALEZA seria edificada num quadrado de 90 metros de cada lado, constando de 4 baluartes, com as seguintes denominações: o do norte, com a invocação de NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO; o do sudeste, com a invocação de SÃO JOSÉ; o do sudoeste, denominado Príncipe da Beira e o do nordeste, em homenagem a Dom JOÃO.

Em 1817, foi colocada na parte externa da muralha do norte uma lápide com a seguinte inscrição - em latim:
"Ano de 1817. As naus escarneciam de mim, quando eu era um monte informe; agora, que sou uma grande Fortaleza, de longe tomam-se de respeito.
Aqui reinando Dom JOÃO VI, SAMPAIO me fundou bela, o engenho de PAULET resplandece. Os donativos dos cidadãos me tornam forte pelas muralhas, e os dispêndios reais me fazem forte pelas armas."
Nota: - Essa lápide acha-se no Museu do Estado do Ceará.

De início, foi a Fortaleza guarnecida com canhões.
Em 17 de agosto de 1822, estavam concluídas as suas obras. Era um quadrado com quatro baluartes e com 27 peças que cruzavam seus fogos em condições de baterem o ancoradouro e o Porto.

Em 1829, foram acrescidas mais quatro peças, fazendo um total de 31 peças. Em 1847, foi a FORTALEZA reconstruída devido as seu mau estado, e, em 1856, foram feitos alguns reparos.

Em 11 de fevereiro de 1857, a FORTALEZA passou à categoria das fortificações de 2ª classe e assim continuou até 1880.
Com os reparos e melhoramentos executados de 1856 a 1886 (30 anos), a FORTALEZA sofreu muitas modificações. Em 1860, o pavimento superior com emblema na porta externa frontal, contendo instrumentos de guerra e bandeiras nacionais, foi concluído. Em 1906, se bem que conservada, exigia alguns reparos urgentes.
Em 1910, a FORTALEZA foi desarmada.
Em 1917, na 1ª Grande Guerra Mundial, foi a FORTALEZA guarnecida pela 1ª BATERIA INDEPENDENTE do 3º DISTRITO DE ARTILHARIA DE COSTA, sob o comando do Capitão BERNARDINO CHAVES. Em fins de 1918, essa Bateria foi extinta.
O Quartel contíguo à FORTALEZA, que aquartelava tropa de infantaria, que guarnecia essa fortificação, foi ocupado pelo 46º Batalhão de Infantaria, depois pelo 23º Batalhão de Caçadores e hoje serve de sede do COMANDO DA 10ª REGIÃO MILITAR.

 

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