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Histórico

Forte São Sebastião

Publicado: Terça, 10 de Janeiro de 2017, 11h15

Forte São Sebastião
(Martim Soares Moreno)

Nasceu em Santiago do Cacém-Portugal (1586/1587). Aos 17/18 anos singrou o Oceano Atlântico com destino à colônia portuguesa na América, uma aventura no início do século XVII (1602/1603), quando o posto militar da soberania portuguesa no Brasil mais ao norte era o Forte dos Reis Magos, na foz do rio Potengi, onde fica, atualmente a cidade de Natal.

1606/1611 - Integrou a tropa do forte dos Reis Magos com o posto de tenente. Neste período, cumpriu missões de reconhecimento nas terras do Ceará para manter relação com os indígenas locais.

1612 - Martim aporta no Ceará, às margens do rio homônimo, e funda a 20 de janeiro, com a ajuda de índios Potyguara e seus soldados, o Forte de São Sebastião, ícone da fundação do Estado do Ceará, a fim de assegurar a posse da terra, delimitar a expansão pelo litoral nordestino dos franceses baseados no Maranhão, manter a paz com as nações indígenas e dar continuidade ao processo de colonização, iniciado com a frustrada tentativa de Pero Coelho.

1613 - Deixando o forte, parte na expedição do Capitão-Mor Jerônimo de Albuquerque contra os franceses no Maranhão. Martim, após muitos reconhecimentos sobre as áreas ocupadas e incursões vitoriosas às naus francesas, tentou voltar ao Camocim. No entanto, devido à ação de corsários e temporais, foi parar na Espanha. Sem as informações e o apoio marítmo de Martim e temendo repressões dos franceses em função de suas investidas, Albuquerque foi forçado a retornar ao Rio Grande.

1615 - Retorna ao Brasil, seguindo diretamente para o Maranhão, onde auxilia na capitulação dos normandos.

1616 - Doente, navegou desaparelhado para o Ceará, sendo arrebatado novamente para São Domingos. No trajeto para Portugal foi emboscado por corsários franceses. Após acirrado combate, sua tripulação foi morta, e ele, mutilado em uma das mãos. Foi condenado a morte na França, conseguindo a liberdade graças à intervenção espanhola. De volta para Portugal, como recompensa pelos serviços prestados à coroa, foi nomeado por Felipe II, Capitão-Mor da Capitania de Siará Grande por 10 anos (Carta Régia de 26 de maio de 1619).

1621 - Martim retorna ao Ceará para tomar posse da concessão, nada encontrando do seu antigo forte, senão uma cerca de pau a pique e algumas cabanas ao redor. Tratando de remodelar o que foi possível, com ajuda de seu velho amigo Jacaúna (chefe indígena local), requisitou reforços de tropa de artilharia.

Ficou no Ceará até o fim da sua concessão como Capitão-Mor. Nesse período introduziu a criação de cavalgaduras e gado.

1631 - Finalizou seu "mandato" e seguiu para Pernambuco, a fim de participar das lutas contra os holandeses, nunca mais voltando ao Ceará. Partiu com uns poucos índios e soldados, chegando ao Arraial do Bom Jesus em junho. Na fase inicial da luta, tomou parte no bloquei das forças holandesas postadas em Recife e Olinda. Nos anos seguintes, tomou parte na defesa da Paraíba e de Cunhaú, na Capitania de Rio Grande.

Combateu os holandeses até a 1ª batalha vitoriosa dos Guararapes, em 1648, ao lado do mameluco André Vidal de Negreiros, do índio potiguar Felipe Camarão, do mulato João Fernandes Vieira, do português Antônio Dias Cardos e do negro Jenrique Dias. Retirou-se para a Bahia antes de regressar à Portugal.

Guararapes, a gêneses do surgimento de um Exército genuinamente brasileiro.

Martim ultrapassou os desafios do desconhecido, desbravando as terras do Ceará, do Piaui, do Maranhão e do Pará. Notabilizou-se na pacificação dos índios Potyguaras. Integrando-se fraternamente com os nativos, angariou sua amizade e forjou sólidas alianças - sendo retratado no célebre romance Iracema, de José de Alencar, como "o Guerreiro Branco", enamorado da bela índia Tabajara, com que gerou um filho, símbulo da miscigenação racial no Estado. Combateu os franceses da Paraíba ao Maranhão e os holandeses da Bahia até o Rio Grande, se tornando o veterano dos Comandantes dos Guararapes.

A Martim Soares Moreno e outros heróis do período da Restauração do Brasil se deve a consolidação da unidade nacional, a formação do País e as bases da futura nação brasileira.

O veterano das campanhas militares contra os intrusos em todas as frentes retorna à Portugal em 1648, ao fim da 1º Batalha dos Guararapes. Aos 62 anos de idade, após 46 anos servindo à coroa lusitana no Brasil, entra para a história; para o cancioneiro popular; para a literatura e lendas do Ceará e do Brasil Colonia.

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